quarta-feira, 27 de março de 2024

talvez eu precisasse de alguém / um pouco de leitura


A
té que esse poderia ter sido um dia bom. Isso se todos os meus dias agora não fossem os piores possíveis. Às vezes acontece tanta coisa que é até difícil lidar com tudo de uma vez. Às vezes o nada acontece e isso é o suficiente para te deixar maluco. Eu me encontro num limbo entre as duas coisas. Entre ter que lidar com tudo e, ao mesmo tempo, com o nada. Talvez o mais difícil atualmente seja ter que lidar com pessoas indo ativamente embora do meu convívio e a falta que elas me fazem, o espaço vazio que elas deixam. O que elas significaram para mim e o que elas vêm significando dia após dia.

Talvez eu precisasse conhecer pessoas novas. Talvez eu queira conhecer pessoas novas, pessoas com as quais eu possa conversar, nas quais eu possa confiar. Mas depois de passar por tantas experiências com pessoas que simplesmente te deixam para trás para continuar caminhando sozinha, como manter viva essa vontade de gente?

Quando você sabe que elas já pretendem sair, é mais difícil deixá-las entrar. Deixá-las conhecer quem você é no seu íntimo. Confiar seus segredos, seus gostos, seus pensamentos e desejos mais íntimos. Mas acho que o mais difícil é quando você decide deixar isso de lado para tentar de novo. E você acaba caindo no mesmo limbo. No mesmo loop. Mesmo tendo consciência do quanto você sofreu quando outras pessoas importantes para você te deixaram, você dá uma chance de novo, à espera de que dessa vez será diferente.

Não foi diferente. E talvez nunca seja. Talvez em um momento isso possa mudar, mas será que depois de passar por tanta dor, uma pessoa vai estar realmente disposta a tentar de novo?

Eu sinceramente não sei se quero tentar. Há muito tempo não consigo conversar direito com as pessoas. Passo muito tempo sem respondê-las por mensagem e mal as permito me conhecer de verdade. Porque não quero deixar mais gente entrar só para ir embora e eu me questionar se foi porque eu fiz algo errado, se foi porque eu não era o suficiente, se foi porque faltou algo da minha parte, se eu fui o problema. E demorar anos para descobrir que eu não era o problema. Mas agora eu estou na fase de pensar que estou, e não sei quanto tempo vou levar para sair dela.

Essa queda foi muito maior do que as outras. Não foi a primeira, mas foi a que deixou a maior marca no meu coração.

Talvez seja pior quando você deixa claro para a pessoa o quão traumatizada você é com isso. E ela faz exatamente o que você deixou claro que te machucaria mais. Acho que é isso o que eu não consigo entender, mas estou tentando, dia após dia, procurar formas de me livrar dessas sensações todas.

Não quero me sentir assim. Não quero passar por tudo isso de novo, não agora. Não depois que eu acreditei que eu não precisaria ter que viver com isso de novo.

Eu sigo tentando. Sigo fazendo meu máximo para ficar bem. Para que eu possa ser feliz apenas comigo mesma e não precise depender tanto de outras pessoas assim.

É só que às vezes eu já não tenho mais tanta certeza do que devo fazer.

Indo para outro tópico, eu prometi que iria falar um pouco de leitura no meu blog, porque é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, apesar de não estar conseguindo muito tempo para isso: ler. Sem falar que eu não estava me sentindo muito motivada para ler também. Mas recentemente estou lendo um livro chamando "O Apartamento de Paris", da Lucy Foley. É um livre de mistério bem rapidinho, de leitura fácil e fluida, mas que não me cativou nem um pouco. Estou na página 200 e até agora parece um romance batido qualquer. Não é uma leitura que vai te marcar para a vida toda ou algo que vai te encantar, ou agregar em alguma coisa. Mas pode ser um bom ponto de partida para quem quer começar a ler e não sabe por onde (não sei se recomendaria para uma ressaca literária, já que esse livro pode te estagnar no lugar mais do que fazer você pegar no tranco, mas vale a tentativa). Eu o comprei em um sebo então estava no precinho, então não me arrependo de ter comprado, coisa que aconteceria se eu tivesse comprado online ou numa livraria.

Funfact: eu imagino os protagonistas como pessoas negras, apesar da autora descrevê-los como brancos bronzeados. Poxa, ela demorou para dar as características, meu cérebro só preencheu as lacunas do jeito que achou melhor e agora ficou, sabe?

Enfim, por enquanto é isso. No momento eu não recomendo o livro, mas quem sabe no final eu não mude de ideia? (Spoiler: provavelmente não.) Inclusive, talvez em outra postagem eu conte melhor sobre a história do livro, já que por agora eu fui muito breve.

Às pessoas que caíram aqui de paraquedas, eu agradeço a presença ♡

Assinado: Hillo,

que só queria que as pessoas ficassem.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

GNMH - CRÉDITOS ❤