terça-feira, 26 de março de 2024

uma explicação (que não devo) / solitude involuntária


Talvez a esse ponto vocês (vocês quem? às vezes tenho essa necessidade constante de estar me direcionando a alguém) devem ter achado que eu já desisti do blog e não consegui manter a promessa comigo mesma. Eu também estaria pensando dessa forma, mas olha quem está aqui de volta. E antes que digam qualquer coisa, eu tenho motivos muito bons para não ter aparecido ontem.

A energia caiu.

Acho que não devo mais explicações, né? E claro que eu não tinha carregado meu celular e a bateria dele estava praticamente zerada, então eu não ia conseguir postar nem pelo aplicativo do blog, nem ia conseguir fazer a postagem do jeito que eu gostaria. Algumas vezes é até melhor deixar para fazer depois sabendo que você pode fazer melhor do que agora. E cá estou eu, tentando fazer um post bom.

E essa é a parte em que vocês vão me desculpar, mas eu não pensei exatamente nada para hoje. E não é como se coisas interessante estivessem acontecendo na minha vida. E quando alguma coisa "interessante" acontece, é sempre algo ruim. Pegue o exemplo da minha luz acabando plena cinco da tarde e voltando só cinco horas depois e considere que isso foi só a ponta do iceberg. Daquelas situações onde seu único refúgio incrivelmente é estudar para que você não precise pensar em outra coisa senão os trabalhos e as provas da faculdade. O momento em que você se joga em responsabilidades para não dar ouvidos àquela vozinha que sussurra coisas gritantes demais. Para que você não precise questionar coisas sem volta.

Eu me sinto assim, constantemente fugindo das coisas. E é horrível quando te colocam de frente para si mesmo e você precisa lidar com os pensamentos e ideias que te circundam. Quando você não tem mais o seu escape (as coisas que eu faria se tivesse luz, por exemplo) e não tem nada que te impeça de ouvir cada ideia que passa pela cabeça. Talvez eu seja um tanto covarde por isso, mas tudo o que eu mais queria era viver em paz. Sem essas coisas me incomodando constantemente e me impelindo a me isolar. Porque a solitude pode até ser um momento em que você fica sozinho pela sua própria vontade, e que possa desfrutar da sua própria companhia, um momento em que você está feliz. Mas às vezes a solitude é involuntária: às vezes você é coagido a escolher ficar sozinho porque, sinceramente, quem raios iria querer ficar ao seu lado? Às vezes você mesmo precisa escolher se afastar de tudo e de todos, das coisas que mais te fazem felizes, para que essas pessoas e essas coisas não precisem tomar essa decisão e tornar as coisas mais difíceis.

Porque elas vão tomar essa decisão. Tudo na minha vida já teve essa ideia. O que não se foi ainda, logo vai.

Hoje eu vim mais melancólica, mas precisava falar um pouquinho disso. Deixar com que essas coisas tivessem um momento de manifestação para que elas não comessem minha cabeça viva. Mas sigo tentando cuidar de mim, pensar um pouco mais em mim (porque já pensei demais nos outros e ainda penso, e o que eu ganhei em troca?) e enfrentar os desafios impostos ao meu limite. E eu espero conseguir chegar em algum lugar.

Assinado: Hillo,

que se sente solitária o tempo todo (contra à vontade).



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