sexta-feira, 26 de abril de 2024

a que lugar eu pertenço? / uma volta inesperada


Faz quase um mês, certo. Mas estou de volta.

Esse final de um mês e começo de outro foi uma completa loucura, para dizer o mínimo: trabalhos da faculdade a serem feitos, dezenas de textos para serem lidos, horas de percurso para ir e voltar e tudo o que eu queria fazer quando chegava em casa era descansar. Eu não tive muito tempo pra mim, e quando digo pra mim quero dizer para os meus hobbies, para fazer as coisas que me deixam feliz, e isso só me deixou mais desgastada ainda. Isso sem falar dos dias em que eu só dormia por horas seguidas.

Enfim, foram dias exaustivos fisica e mentalmente. Dias nos quais eu não queria fazer nada. E ainda me sinto um pouco assim, meio exausta de tudo. Meio exausta da vida. Mas nos últimos dias venho lendo livros nos momentos em que posso, o que já é mais do que eu conseguia fazer. Também saí algumas vezes, para não dizerem que só fiquei em casa. Tentei ao máximo me distrair e ainda tento, mas sempre tem uma voz que me acompanha dizendo as coisas das quais eu sempre tento fugir.

Nós fazemos o nosso máximo, mas temos um limite pra isso.

Recentemente, o que eu tenho tentado fazer é encontrar um lugar para chamar de meu. Um espaço onde eu possa ser ouvida. Mas parece que achá-lo ou até mesmo criá-lo é mais difícil do que parece. E quando você pensa que finalmente está sendo ouvida, as pessoas passam a não te ouvir de novo.

É algo muito recorrente inclusive. Com os meus amigos, a minha família, agora até na faculdade: parece que a todo momento eu não sou ouvida, e o que eu falo não é tão importante assim. Às vezes eu digo a mesma coisa três vezes e nenhuma resposta. Quando eu me canso de tentar dizer alguma coisa, fico quieta, e foi assim que eu aprendi a nunca mais falar, principalmente quando é sobre mim. Afinal, não tenho assuntos interessantes para compartilhar, e não tenho nada de importante para dizer. Portanto, me calo. Eu aprendi e me acostumei a ser a única pessoa que me dá ouvidos e que me compreende, por isso já não consigo mais me abrir a outras pessoas. Por isso poucas pessoas me conhecem.

(E nunca deu certo permitir que as pessoas soubessem sobre mim, então...)

Enfim, tenho pensado em muitas coisas durante esses dias. Foram dias difíceis, pois eu queria falar sobre as coisas que eu pensava, mas não tinha ninguém pra conversar sobre, e não tenho redes sociais para postar em um tweet ou compartilhar nos stories. Mas não tinha disposição o suficiente para escrever tudo no meu blog. Como eu disse, exaustão.

Com certeza não estarei escrevendo uma vez por dia, mas vou tentar me dedicar a algum post pelo menos uma vez por semana. Dedicar-me a mim um pouquinho mais. Às vezes eu me deixo gritando dentro de mim por tanto tempo que esqueço por que estou gritando. E uma hora eu já não tenho mais forças para gritar.

Mas vai ficar tudo bem, eu acho. Vou tentar fazer as coisas funcionarem pra mim, vou tentar me manter bem. Tentar fazer de mim o meu próprio espaço de conforto, já que não pertenço a lugar algum, nem a essa vastidão que chamamos de universo. Acho que sou uma intrusa.

P.S.: Vou tentar fazer os próximos posts menos melancólicos e mais descontraídos, falando sobre outras coisas que não a minha vida. Então não notem a diferença de abordagem.

Hillo,

aquela que não tinha um lugar para ir, nem ficar.



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